domingo, 20 de maio de 2012

whatever tomorrow brings

Tenho tido esse ímpeto de escrever todos os dias. Tem muita coisa acontecendo dentro da minha cabeça, então verbalizar isso me parece sempre uma boa maneira de tentar colocar tudo em ordem. Tá tudo um caos. Eu nunca fui um exemplo de organização, mas ultimamente a coisa piorou sem brincadeira, umas 10 vezes. Eu to levando tudo, e ta tudo dando certo, o que é maravilhoso. É sempre bom ter uma ajudinha, sei la, eu, do destino nessas horas. E melhor ainda é saber que nem sempre a gente precisa estar no controle de tudo pra que tudo ande de uma boa maneira. Na verdade, o fato da minha vida ter saído da palma da minha mão, trouxe uma dose exorbitante de emoção. E claro, que estão incluídas as boas e as ruins, todo esse processo tem me deixado muito ansiosa. Ansiosa, às vezes nervosa, chorosa, conflituosa. É uma via de muitas mãos. Tenho a constante impressão de que não dou a atenção que eu devia a todo mundo que eu gostaria. Algumas pessoas merecem muito mais, mas eu cheguei naquele limite em que realmente “não dá”. Também tenho me sentido displicente em relação a faculdade por exemplo. O fato é que não é como se eu andasse completamente sem tempo. Longe disso. Mas as prioridades se remanejaram. Foram elas, porque eu não me lembro quando eu parei pra pensar que a minha rotina não andava boa. As coisas só andaram. E ultimamente, eu sim, tenho aproveitado e gostado muito mais dos momentos livres. Eu tenho apreciado fins de semana. Isso é assustador. Sério, eu devo ter uns cinco posts no blog inteiro explicando todos os motivos pelos quais fins de semana sempre foram absolutamente depressivos na minha vida. E agora, eles sem sido.. felizes(?). O primeiro sintoma de que as coisas estão fora de controle é quando tu percebe que tu não sabe nem o que tu sente mais. E o que tu gosta e o que tu não gosta. Eu to muito perdida dentro de mim. Até onde eu me lembro, eu costumava ser bem consciente de tudo que eu sentia, tudo era muito definido. Hoje eu sou um mar de montes de coisas acontecendo. Eu gosto mas eu não gosto, eu quero mas eu não quero. E o pior de todos, eu não quero, mas não consigo não querer. O negócio agora é decidir se eu quero deixar as coisas rolarem mais um pouquinho ou tentar assumir as rédeas do que eu digo ser minha atual rotina (ou a falta dela). Acho que nunca fez mal a ninguém largar um pouco nas mãos de Deus (se é que ele anda por aí) e ver o que que acontece. E a aposta é tentar se deixar sentir um pouco mais. Chorar quando da vontade, rir quando dá vontade, e esquecer um pouquinho do discernimento do certo e do errado. E do “devia” ou “não devia”. A única coisa que a gente “deve” fazer é o que nos faz feliz e o resto que se foda.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sem confortos, sem títulos

Tentei deitar a cabeça no travesseiro e tudo que eu consegui foi cantar a mentalmente a maldita musica do dia "the other side of the world". Musicas tem essa particularidade de agregar valores completamente honestos às situações sem nem proporcionar a chance de negar. Tenho negado absolutamente qualquer incomodo até chegar bá minha cama e finalmente me sentir face to face comigo. Eai eu tenho vontade de mudar tudo, de me sentir menos otária. Porque cara, essa é a verdade o século. Agrado todo mundo, menos a mim. E no fim eu discurso: "relaxa, ta tudo bem". Não é mentira, afinal, eu sempre sobrevivo mesmo, e tudo que faz mal é jogado no lixo. Só que extremamente cansativo dar a volta por cima com um sorriso no rosto todos os dias. Queria eu parar com essa mania de confortar as pessoas quem sabe tenta me salvar.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

With birds I'll share this lonely view

Scar tissue that I wished you saw. As tais cicatrizes que cada vez que tocadas trazem aquele velho sabor amargo a boca. Sempre que paro pra pensar nos meus tais calos me sinto um pouco egoísta. O que são esses desgostos perto de tantos outros problemas enfrentados pelas pessoas no mundo? Meus desgostos ainda incomodam um pouquinho, percebi que é uma questão de conhecer o tamanho das coisas e entender que pedrinhas no sapato a longo prazo fazem feridas no pé. As coisas já andaram bem piores, hoje elas andam bem. No fundo eu sei que aos pouquinhos elas vão melhorando. E eu, transborando felicidade por aí. Por aí, não por aqui. Eu não sei porque cargas d'agua o mundo inteiro começou a achar que eu não me importo com nada, nem com ninguem. Ninguem precisa ficar demonstrando sentimentos pra ter sentimentos, poxa, eu tenho muitos deles. Não penso em ninguem específico quando escrevo isso, é uma constatação baseada em todas as experiências passadas nesse exato um ano. Já fui chamada de seca, fria, frígida (esse foi o pior deles), inalcansável, inatingível (esse foi o mais chocante). Eu acho que eu me preocupo em deixar a critério dos outros a maneira como encaminham suas vidas e me excluo delas antes de entrar. Percebi semana passada, que eu tenho tanto medo de ser retirada da vida das pessoas que eu me retiro sozinha. E é incrivel porque acontece sempre da mesma maneira, independente de que vida for. Ainda reflito sobre a melhor maneira de lidar com tal característica. É tudo defesa eu acho. É mais fácil dizer que não se importa, que tá tudo bem e que não esquentem a cabeça contigo do que virar o problema da vida de alguém. Eu costumava achar isso pelo menos. Mas aí tu acaba sempre no mesmo papel, de bacana, compreensiva, amiga. Como se o meu papel na vida de todo mundo fosse ser importante assim: ficando ali do lado. Só não consegui desempenhar com eficácia esse papel com uma pessoa desde que eu comecei a efetuar esse movimento estranho. Tava além das minhas possibilidades. Vai um recado aí: eu não sou de pedra. Acho que eu fico esperando que alguém se de conta o quanto isso pode ser triste às vezes, no fim acabo sempre "sharing with the birds the lonely view", exatamente como diz a música.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

sempre preferi as segundas feiras

Quarta feira com cara de segunda, após um feriado meio borocoxo. Os motivos meio não tão importantes assim, mas ainda assim chateadores. Um diazinho de sol pra alegrar o coração, acompanhado de um ventinho cuidadosamente agradável e um quilo de matéria pra estudar tornam tudo um pouquinho mais melancólico. São tempos estranhos, dominados por uma falta de rotina ímpar, quase esquecida. A tristeza foi embora, aquela pior de todas de coração partido. Ficou meio vazio, esporadicamente preenchido por intervenções insuficientes. Sobrecareguei meus dias com muito trabalho, muitos estudos, muita festa, pra propositalmente esquecer as mágoas. Tudo virou uma euforia. Ando relapsa, fazendo mais do que o meu tempo permite e ainda assim, menos do que eu gostaria. Gostaria que o tempo fosse cem por cento preenchido com utilidades. Ou com felicidades, não sei bem. A trilha sonora por aqui é curiosamente Nickelback, e a cabeça não sabe bem pra onde conduz os pensamentos. Talvez na enorme lista de trabalhos a entregar ou quem sabe, na quantidade exorbitante de comunicação organizacional a ser vista. Não ando triste, de verdade, mas ainda não ando feliz. Não sei o que falta pra ficar feliz. Uma ou duas doses de inspiração, um chute na parede que tem me separado das pessoas, um afogamento em todas as encucações que tem passado pela cabeça. Ando preocupada, com medo das pessoas que chegam perto, e o pior, não consigo nem me enganar. É tudo consciente demais. É como se tivesse escrito previamente “vou te fazer mal”, eu nem consigo imaginar que não. Tudo que começa é sempre meio fadado ao fracasso, não que eu tenha exatamente um bom dedo pra algumas escolhas. Mas nem quando tudo parece muito certo, parece certo de verdade. É curioso. Acho que um dia eu fui alguém cheia de expectativas demais, que hoje, tem preferido ter de menos. Quer dizer, eu não ando com expectativa nenhuma em relação a nada. Não consigo nem planejar o que eu vou fazer daqui a duas horas, por isso tudo vai ficando uma bagunça. Eu ando fazendo o que dá pra fazer, e só. Sem grandes preparativos, sem grandes organizações, sem nada. Sem olhar no relógio. Tudo o que vem, é lucro. É uma fase onde o pé se enterrou no chão, cheguei no outro extremo da questão. Um dia já voei demais e vivi de menos. O grande problema é que eu não confio em ninguém, ou em quase ninguém. Não sei nem se eu confio em mim. Se um dia eu tinha definidas as características que me descreviam, hoje eu posso ser absolutamente qualquer coisa. Qualquer coisa, de bom ou de ruim. Eu não tenho tentado nada, tenho só deixado a maré me levar. O mais triste, é que eu sempre preferi as segundas feiras.

quarta-feira, 28 de março de 2012

xô zica!

Esse azar todo só vai parar quando eu declarar esse é o último dia de azar da minha vida. Estou declarando.
Deu de zica, urucubaca, ou como quer que chamem isso. É um tipo de meta, quase como tocar meu fur elise de maneira imponente. É um tipo de objetivo que transborda uma melhora na auto estima. Sem insegurança não se vai a lugar nenhum bebê, e eu estou declarando agora que a minha está em ascenção.

domingo, 25 de março de 2012

Eu não consigo parar de ouvir "Shadow of the day". É preocupante partindo do princicipo de que eu acho essa uma das músicas mais tristes de todos os tempos. Eu acho que ela transborda dor. O mais estranho disso é que eu não devia estar triste. Aliás, eu teoricamente não to, não sei que que se passa comigo. Foi a semana inteira. Tá tudo bem, tudo na paz, tudo calmo, até eu chegar em casa e me sentir sugada por um tipo estranho de tristeza. Uma daquelas melancolias confortáveis. Talvez eu já tenha um mecanismo que me traga pra esse estado de espírito sempre, como se fosse mais fácil ficar no fundo do poço porque é o fundo. Não, eu não tô no fundo do poço, nem sei se já passei perto de lá, mas acho que meu poço tem prateleiras no meio dele, e eu me firmo por lá. Subir pode causar uma queda até bem la embaixo, então eu fico no mais seguro. Sempre.

quinta-feira, 22 de março de 2012

num da oi?

Eu sempre questiono por que não me da oi? Não é como se alguém tivesse algum tipo de obrigação de me dar oi, mas eu costumo ter muita vontade de despejar beijos e abraços nas pessoas que eu aprecio perto, só não o faço porque acho que elas não podem gostar. Sou menos afeutuosa do que eu gostaria, ando mais fechada que o normal, mas ainda assim, gosto de receber sorrisos e ois.
De qualquer jeito, as coisas não vão muito bem, com essa, essas pessoas. Acho que rola algum tipo de desconfiança. Algo que me faz ter que tentar provar que eu sou legal de novo. Acho que eu ando meio cansada disso tudo. É claro que eu não sou a pessoa mais boazinha do mundo, sou cheia de defeitos. Tagarela pra caralho, eu falo demais. Um pouco seca, eu diria individualista. Atrapalhada, desengonçada. Preguiçosa, estressada. Posso passar o resto da noite enumerando meus zilhões de defeitos. De qualquer jeito eu vou tentando, e se as minhas tentativas não são suficientes, eu acho que eu vou desistir. Eu não quero pessoas que duvidem de mim o tempo todo, eu não quero ter que me esforçar pra ser legal. Quero que a minha presença faça bem e que eu possa agir só como eu, espontaneamente. Amizade não é feita de tempo, assim como não é construida do dia pra noite. Amizade é afinidade, parceria, é poder dividir. E isso pode levar muito, ou muito pouco tempo. Fico triste como se eu conhecesse há anos.

terça-feira, 20 de março de 2012

e a liberdade?

Toda terça feira eu vou a manicure. Às vezes, muito menos pensando nas unhas e muito mais pensando nas boas conversas que eu tenho por lá. São sempre experiências diferentes, com pessoas muito diferentes de mim. Hoje em especial, foi um dia bem atípico. Uma das meninas começou a me contar que tava ficando com um novo cara. Essa menina, como eu já sabia namora um outro rapaz há três anos. Quando questionei sobre ele, ela respondeu que não terminava com indivíduo por comodidade. Minhas entranhas foram reviradas.
Sabe, eu fujo como diabo foge da cruz de qualquer circunstâcia que de alguma maneira tire minha liberdade. Não consigo nem me imaginar tendo que esconder alguma coisa de alguém. Acho que liberdade é um daqueles bens mais preciosos que a gente tem e que só a gente pode sentir, e ela não pode ser tirada a gente nunca.
Um dia, um grande imbecil disse que relacionamento era sinônimo de aprisionamento e todo mundo acreditou. Que calúnia. Relacionamento devia ser soma, duas pessoas que desejam fazer bem uma a outra. Não diz no contrato que saidas com amigas, jogos de futebol aos domingos, e amigos do sexo oposto devem ser cortados. Não faz o menor sentido.
Parece que a gente vive num mundo de gente insegura. Quando se relacionam, morrem de medo da traição. Quando estão sozinhos, tem medo da solidão. Sabe que que acontece? Essas confusões todas.
Se um individuo é incapaz de conviver com os próprios sentimentos, quem dirá administrar os de outra pessoa. A gente não tem que precisar das pessoas, a gente tem que gostar delas.
Quanto a traição? Eu não sei o que se passa na cabeça dos outros, mas eu imagino, que quando uma pessoa se relaciona comigo, ela o faz porque gosta de mim. Poxa, eu não obrigo ninguém a estar comigo. Se não tá bom, e ela quer um novo relacionamento, é só me contar. E se o medo for me magoar, posso garantir que eu vou sobreviver. E posso inclusive reestabelecer uma relação de amizade.
Eu posso ser complicada, mas esses conceitos são muito certos dentro da minha cabeça. Se relacionar tem que trazer prazer e se não trouxer? Tá na hora de procurar outro parceiro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

when no one is looking

Pijaminha, deitadinha no sofá atacando o meu potão de sucrilhos ouvindo "pianinho" do Esteban. Essa sou eu. You are who you are when no one is looking. Acho que sim. Numa daquelas fases onde a gente se distancia um pouco do mundo, sobe as barreiras e se recolhe, a gente acaba só parando a interpretação e desabando dentro da gente quando não tem ninguém junto.
Curiosos todos os últimos comentários de diversas pessoas na semana que passou, falando sobre a minha frieza quando eu ando tão molenga. Eu ando meio fechada, mas de forte eu sempre paguei. Só agravei o traço com o passar do tempo. Metida a corajosa, a auto suficiente, a desencanada. É tudo proteção. Eu vivo bem na minha, é verdade. Mas essa coisa de solidão nunca me fez bem. Eu não gosto de deixar as pessoas tocarem nos meus sentimentos, eu mesma tenho horror deles. Eu gosto muito de ser movida pela razão, me mantem no controle. Então o meu casulo de tartaruguinha só quer deixar tudo guardadinho.
Acho que se eu não guardasse as coisas tão bem eu ia ser a típica emotiva. Tenho muitas vezes, mas muitas vezes mesmo, a impressão de que eu to sempre segurando o choro. Vinte e quantro horas. Não necessariamente choros tristes, mas choros felizes também. Como sábado, quando eu ouvi uma senhora tocando um piano e aquele engasgado surgiu na garganta. Queria eu proporcionar pra quem convive comigo um livre acesso a marina que chega em casa na segunda de noite louca por um colinho de mamãe. E que não tem nada de pedra de gelo. E que queria ter essa espontaneidade de fazer o que tá com vontade o tempo todo. Eu tenho muito mais sentimento do que as pessoas percebem, só tenho vergonha de transbordar. Então eu provavelmente goste delas muito mais do que elas imaginam.

segunda-feira, 12 de março de 2012

nada do que eu fui me veste agora

Andei conversando com uma pessoa que como eu também nutre muitos sentimentos curiosos. Esse em especial, transborda os dele mais do que eu transbordo os meus, acho que é tudo uma questão de temperamento. Foi uma conversa deliciosa e revigorante sobre a vida. Fiquei encantada.
Eu acho fantástico quando eu converso com uma pessoa que me diz com todas as letras que é apaixonada por outro alguém. Mais interessante ainda é quando essa pessoa me diz, sem se sentir chateada, que esse sentimento não é correspondido. E mais ainda, que segue nutrindo um carinho enorme pelo "não correspondedor dos sentimentos". Eu vivo um grande conflito baseado em uma situação um pouquinho parecida com essa. O que acontece no meu caso, é que todo o meu instinto diz pra morrer de ódio do meu "não correspondedor". Não sei se isso é um tipo de pensamento coletivo imposto por qualquer padrão, eu brigo com isso, nunca gostei de ser muito convencional mesmo.
Eu não falo de sentimentos, muito menos manifesto eles, não faz meu gênero. Eu escrevo, e não vejo nada de errado nisso. E digo da maneira mais honesta possível que eu sou apaixonada por um indívíduo, como eu talvez não tenha sido por nenhum outro no planeta. E claro que paixões são paixões, então né, cada uma tem seu jeitinho e sua importância na nossa vida, mas essa foi quem sabe, a mais enlouquecida. Foi, é, não sei direito. E bom, faz parte da vida ter que lidar com um desamor, e eu confesso que apesar de alguns dias isso ser uma coisa um pouquinho chateante, não me incomoda como eu percebo incomodar algumas outras pessoas também não correspondidas. Claro que é um saco, mas acho que até não ser correspondida faz parte da experiência ter vinte anos e essas coisas. Outra que é um fenômeno tão maravilhoso nutrir sentimentos bonitos por alguém, que matar isso com uma coisa feia como ódio ou raiva chega a ser um crime.
Talvez um dia eu consiga ser que nem o meu amigo que disse pra dona do coração dele que tudo que ele queria era ser especial na vida dela, ou talvez eu só siga sentindo tudo em silêncio. Na verdade, eu não ajo por essa história, nem vou agir nunca. Vai ficar num potinho guardadinha, sendo admirada. Sofrer por causa de alguém, ou do sentimento que se nutre por alguém, não faz esse alguém gostar de ti. Isso é uma daquelas coisas óbvias que tão debaixo do nosso nariz e a gente não enxerga. Então, eu, dentro das minhas possibilidades tendo ser agradável com o meu indivíduo especial, e ser pelo menos uma boa amiga. E se pra ser especial na vida dessa pessoa eu tiver que ser apenas uma sorridente amiga, eu escondo o potinho bem lá no fundo do meu guarda roupa e cumpro exatamente esse papel. O potinho vai ser esquecido e aí, o dia que eu encontrar ele em uma arrumação, ele vai ser só mais uma daquelas recordações carinhosas que faz a gente lembrar que até as paixões não devolvidas trazem lá a sua dose de felicidade.

sexta-feira, 9 de março de 2012

já diria coldplay

Quanto mais o tempo passa, mais o tempo passa. Acho que é que nem comer, quanto mais a gente come, mais a gente come. Ou dormir. E essas coisas. Quando eu vejo já é sexta de novo, e sábado e domingo, e segunda. E bom, vocês entenderam. Tem épocas que o tempo voa. Pra mim, ele anda voando. Parece que eu fico esperando acontecer alguma coisa, mas nada acontece, eu não sei direito. Na verdade eu ando bem na boa. Não tenho a menor ideia do que eu quero do futuro, ou do dia de amanhã, ou mesmo da próxima hora. Tenho só.. vivido. E eu não acho isso ruim, mas fico pensando se eu devia ter planos, ou metas, ou objetivos ou sei la. As pessoas dizem que é importante ter, mas sabe, eu não sei o que e quero da minha vida. Eu não sei o que me faz feliz. Já diria coldplay "when you get what you want but not what you need". Eu não sei do que eu preciso.
Isso me causa um certo desconforto às vezes. Às vezes parece que eu sou tudo ao mesmo tempo. E ser tudo parece não ser nada. Isso tá ficando confuso né?
Parece que tudo tá bom, mas acho bom não é o suficiente. Tinha que ser mais do que isso. Muito mais.
Eu não sei se eu sou voadora e romântica a ponto de pensar que a vida tinha que ser mais emocionante. Mais insana. Mais caótica. Mais arrepiante. Talvez a vida tenha que ser só a vida, mas eu prefiro achar que tem algo mais.
Acho que cada um tem que achar a sua maneira de viver. Mas eu ando com muita preguiça de procurar a minha.

quarta-feira, 7 de março de 2012

não tente as balas gelatinosas

Jamais tente as balas gelatinosas. Elas estão em todos os lugares, caixas de supermercados, prateleiras de botecos, cinema.. elas sempre vão te perseguir.
Dentro da tua cabeça, tudo era uma só mais uma coisa carinhosa que tu podia fazer por alguem. Quer dizer, uma coisa super carinhosa pra um super alguem porque eu não sou muito de presentes. E aí, tu queria chegar entregar e dizer: olha, lembrei de ti, considere um pedido de desculpas por toda a confusão, não gosto de ficar sem falar contigo. Abraços abraços, sorrisos sorrisos, tudo muito feliz. Mas fica complicado quando tu passa o tempo todo tentando que a pessoa te enxergue e ela nem te olha. Aí tu usa uma abordagem virtual já que foi a unica opção que sobrou e mesmo assim, o individuo sai correndo na tua frente. Tu enxerga na saída e pensa: se eu chegar em casa com isso na bolsa eu vou ser o ser mais idiota e cagão do mundo. Para, e já tá tão chateado com as antigas tentativas falhas que tudo o que consegue é entregar e dizer que aquela era a tua tentativa de trégua. E aí, só restou sair andando até o carro. Dez minutos depois chega um sms dizendo que podia ter rolado um abraço de reconciliação, mas por que não deu então?
Olha tudo o que eu tive que fazer pra chegar até aquele momento, é óbvio que eu quero o maldito abraço. Mas só podia chegar por sms dez minutos depois, porque aquilo não era tão importante pra lá quanto era pra cá.

sábado, 3 de março de 2012

Me peguei fazendo pela sexta vez um exercício atípico na minha vida. Parar pra sentir. Deitar na cama e sentir cada pedacinho das costas se alinhando no colchão, cada pedaço da mão se enconstando no travesseiro, meu brinco sem enganchando no meu cabelo, e achei lindo.
Tem umas épocas que a gente faz "merda atrás de merda", vai fazendo, tentando consertar, piorando e tudo que conseguiu foi uma série de acontecimentos catastróficos. Não, não me arrependendo de nenhuma das ações afobadas cometidas essa semana, acho que agir também faz parte do momento que eu me encontro. É quase um combinado que inclui cláusulas como "viver" e "botar em prática". Pra uma pessoa como eu, que fica sempre na promessa, isso é um grande passo.
De qualquer jeito, no meio disso tudo ter um momento de auto conhecimento como apenas se concentrando no que o corpo faz daquele exato momento tem um valor enorme.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

na aula de redação

Tudo começou na aula de redação, quando o professor perguntou quem gostava de escrever. Tive vontade de dizer, "eu, eu, eu adoro" mas, eu resolvi ficar quieta. Então ele perguntou se algum de nós matinha um blog, mantenho professor, há anos, e nos últimos tempos, me sinto a própria Martha Medeiros praticando algum tipo de auto ajuda. Na verdade, foi uma noite cheia de acontecimentos, todos os dias tem sido, ando jogando merda no ventilador mesmo, nem pareço eu. Quer dizer, talvez seja mais eu que nunca, ainda não descobri.
Eu ando meio perdida. Completamente perdida, quase pedindo colo e um caminho de volta, mas acho que ninguém consegue me levar de volta. Todos os dias, todos mesmo, eu chego em casa e sou tomada por uma culpa dos infernos. Como se tudo que eu tivesse feito durante o dia fosse errado e eu andasse praticando um atentado contra mim mesma. Eu tenho feito o certo eu acho, nunca pratiquei tanto o auto respeito. Mas isso não tem me satisfeito. Na verdade, eu ando tentando rir de tudo que tem incomodado, com i. Levar na palhaçada, como dentro da minha cabeçã pessoas de 20 anos levam a vida. Vivendo com um pouco mais de emoção, coisa que olha.. eu nunca me permiti fazer. E tudo que eu consigo são nós e nós. Eu tô sempre tentando fazer o certo. Ser ética, brigar quando eu acho que tão me atropelando, ser doce com quem aparenta ser legal comigo, mas parece que tudo que eu consigo é uma sequência de atentados contra mim mesma. Eu quero errado. Acho que eu chegaria em casa feliz abrançando meu atual pior "inimigo", mandando o cara que me admira mais tomar no olho do cú dele, ligando o foda-se pra tudo e aproveitando minhas aulinhas de redação. Ouvi ontem de noite que a vida é muito curta pra gente ter um plano "b" mas ultimamente, a minha vida anda tomada de "ds" e "es". Eu brigo pelo certo mas eu queria mesmo o mais errado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

na palma da mão

Tudo tem pelo menos dois lados. Dois? Três, quatro, cinco! Milhões. De um lado ela, apaixonada, cheia de expectativas, esperanças. Do outro ele, desapegado, desapaixonado, atrapalhado. Essa união nunca vai dar certo.
Que é difícil se relacionar, todo mundo sabe. Precisa de dedicação, atenção, vontade. Quando os dois não querem o mesmo? Não tem o que fazer.
A falha das pessoas é querer moldar o outro ao que elas querem, quando na verdade, é muito mais fácil ir atrás de alguém que queria exatamente a mesma coisa que elas.
A gente bem que queria que as nossas expectativas sempre fossem atendidas, mas a própria criação das expectativas na maioria das vezes já é um grande erro. Não é porque as pessoas não nos dão o que queremos, que elas não nos dão tudo o que podem nos dar. As vezes o que podem, é muito menos do que gostaríamos.
Sei como é não ter o que a gente quer, todo mundo sabe. É triste, mas passa.
Pessoas intensas demais tem mania de tratar as coisas como definitivas, já falei sobre isso por aqui. Nada é definitivo, nem aos 19, nem aos 27 e muito menos aos 85. O legal da vida é ter a capacidade de viver ela, de entender que as coisas podem ser fáceis ou difíceis e ta na nossa mão decidir.
Sempre vão existir infinitos caminhos, sempre. Um deles vai ser mais agradável, normalmente, ele é o mais escondido. Tem que olhar bem, tem que procurar bem.
Sabe? Antes de depositar expectativas nos outros, e no que eles podem vir a nos dar, que tal parar pra pensar no que nós podemos oferecer a nós mesmos? Pode ser surpreendente.
Essas não são palavras de um ser evoluído que não sofre por mais nada, são palavras de alguém que ta aprendendo que a vida só é um drama se a gente que quiser que seja.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sem você, o tempo é todo meu.

O título é uma citação do Chico Buarque e a frase que caiu como uma luva nas últimas semanas. Não foram semanas de grande reflexão, eu não tinha o que pensar, nem queria, nem quero ainda. Nem sei bem porque eu to escrevendo, acho que é uma tpm cretina que tá me trazendo esse instindo que, confesso, eu andava evitando. Não querendo trazer a tona tudo que eu ando sentindo, porque eu ando tentando não sentir, sabe? Não sentir é quase como não pensar, quase um exercício, mas eu tenho praticado. Eu tenho trabalhado, dormido, assistido filmes e tentado focar as conversas na vida dos outros.
Mas enfim, dentro dos espaços de tempo em que isso não foi possível eu me peguei pensando em mim. Finalmente em mim. Não no que eu sinto em relação a outra pessoa ou a outras pessoas, mas o que eu sinto por mim mesma e fiquei um pouco decepcionada quando percebi que não tava rolando "aquele feeling". Era só vazio, me perdi dentro de mim eu acho. Me perdi dentro dos meus próprios sentimentos e dentro da minha sede por outra pessoa. Quase me abandonei. Não, não precisamos exagerar mas poxa, me decepcionei.
A coisa deixou de ser só desconforto pela minha aparência que não andava me agradando, mas com as atitudes que eu andava tendo, pelos meus sentimentos por mim mesma.
Sabe, eu declaro pra todo mundo que ninguem gosta de alguém que não se gosta e ai, me peguei não me gostando.
Eu ainda não sei muito bem como reverter esse quadro, ainda que nas duas últimas semanas eu tenha me esforçado mais e tenha gostado um pouco dos resultados. Não dá pra mudar da água pro vinho sabe? Nem é assim que funciona. Ainda nem consegui ponderar direito exatamente o que me incomoda. Quer dizer, na verdade é simples, a minha falta de amor próprio. Eu tenho uma insegurança (com o perdão das palavras) filha da puta. Eu não consigo enxergar coisas boas em mim na maior parte do tempo e isso é muito chato. Sinto como se tudo que eu fizesse não fosse bom o suficiente e eu podesse fazer melhor. Parece que existe uma preguiça assombradora dentro do meu corpo de fazer a minha vida andar. Eu não sei direito, só sei que tá na hora de fazer alguma coisa né?
Eu sei la, vou tentar uma busca por coisas que me fazem feliz. Procurar livros que me tragam conforto, atividades que me proporcionem energia, coisas que me preencham e façam esse vazio que eu sinto há tanto tempo sumir.
É muito fácil culpar as outras pessoas pelas coisas ruins que a gente sente. E tudo bem, às vezes elas realmente poderiam tornar as coisas mais agradaveis. Mas se eu, que sou eu, não ando conseguindo me gostar, por que cargas d'agua alguem faria isso?
Tá na hora de fazer alguma coisa por mim e finalmente, eu consegui enxergar o que tava na minha frente. Eu fico encantada quando eu consigo enxergar aquilo que andava debaixo do meu nariz.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nada é pra sempre e não existe nunca mais...

Sou uma daquelas pessoas que leva tudo muito a ponta de faca, a sério demais. Cobro de mim super posicionamentos, super ética, super comportamento, e vou aos pouquinhos me sufocando. Cobro dos outros também. Eu tenho medo de sair da linha, sempre tive. Tenho uma forte tendência à justiça. Foda é que às vezes, as minhas vontades são completamente opostas aquilo eu acho certo e aí, problemas a vista.
Minha mãe sempre diz que eu só tenho 19 anos e que eu tenho que relaxar mais. Aí eu até penso, da onde saiu todo esse senso de “postura”, já que a minha própria mãe, manda eu perder ele.
Acho que tudo vem de uma enorme vontade de me sentir respeitada, de ser diferente, especial (?). Só que de repente, me peguei mantendo a postura e perdendo toda a diversão.
Talvez a gente tenha que buscar um meio termo. Tem que avaliar o que vale a pena mesmo, mas não esquecer, que a gente merece ser feliz. Em alguns momentos, fazer o que a gente quer não é nem de perto, a melhor atitude a ser tomada. Aí, vale colocar na balança e ponderar. E depois? Administra.

Outra coisa muito importante que eu aprendi com a minha mãe é que nada na vida é definitivo (além de tatuagens). E que as coisas podem ser ou não ser numa questão de muito pouco tempo. Elas mudam. Graças a Deus elas mudam. E levar as coisas menos a sério significa me poupar trabalho e viver a vida de maneira mais leve, mais sutil. Isso são só palavras, na prática é bem mais difícil. Mas é uma lição a ser tomada.

Me questiono aqui porque as coisas são tão definitivas. Afinal, tive uma vida cheia de mudanças até aqui. Mudei de cidade, voltei pra cidade, meus pais se separaram, se casaram de novo, e eu achando que existem “definições” aos 19. Nada é pra sempre e não existe nunca mais.

Não dá pra esquentar a cabeça.

domingo, 15 de janeiro de 2012

a pena de ter que esquecer

Eu já tinha escondido quase tudo lá no cantinho do coração, ou sei lá eu onde a gente guarda os sentimentos que devem ficar inativos dentro da gente... mas hoje, acordei sentimental. Nem diria sentimental, diria cheia de recordações. Acho que eu tenho pena de largar tudo, e de jogar todo o sentimento fora.
Entendam minha situação: eu nunca gosto de ninguém. Quer dizer, eu sempre gosto de todo mundo, mas eu nunca gost- gosto de ninguém. Eai, de repente, sou derrubada drásticamente por um sentimento super colorido, bem borboletas no estômago mesmo. Daqueles que fazem a gente sorrir involuntariamente, e ter vontade de encontrar as duas da manhã. Daqueles que te faz se submeter a situações que tu jamais se submeteria e que faz tu pirar só de pensar em perder. Aí eu perdi sabe, e ok, ninguém morre por isso.
Então, cheguei no ponto onde a coisa virou sei la eu, carinho, amizade, cuidado, tanto faz. E onde na verdade eu percebo que ficou bem mais fácil de guardar, de esquecer do que de voltar atrás. E ai, eu fico triste porque apesar dos pesares, eu não queria esquecer. De verdade. Aí eu vou lá e critico a Adele no twitter, mas nem sempre a gente trata as coisas com tanta racionalidade.
Eu não queria esquecer, porque esquecer torna tudo muito definitivo. E eu não gosto de definitivos, nem de finais.
E porque esquecer significa provavelmente deixar meu mundo menos colorido, mais sem graça. Mas o que eu vou fazer? Infelizmente, esquecer foi a única opção que me foi dada até o momento.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

e os milagres?

Do que vão ser as nossas vidas se a gente não puder sonhar um pouquinho? Queria, aliás, quero mesmo que aconteça algum tipo de milagre. Eu sempre torço pra que coisas surpreendentes aconteçam. Meio filme sabe? Uma mensagem de "na verdade eu te amo" bem clichê mesmo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

1° de janeiro de 2012

Acordei numa angústia horrorosa. Fim de ano, início de ano, acidentes de carro, coisas mal resolvidas dentro de mim, sendo resolvidas na marra. Eu sei que eu falei que ia falar menos palavrões em 2012 mas CARALHO, para tudo que eu quero descer! Entrei por minutos naquela crise do “NÃO DÁ PRA ALGUMA COISA DAR CERTO”? Aí depois lógico, parei pra pensar mais racionalmente me dando conta que eu reclamo de barriga cheia. Mas não é sobre isso que eu vim falar por aqui. Vim falar por aqui que essa angústia toda me trouxe toda aquela nostalgia de retrospectiva e de novo começo que essas épocas trazem e finalmente eu resolvi falar sobre isso.
Vim falar que ta na hora de aproveitar esse novo começo. Novo ano significa novas oportunidades, novos momentos, novas pessoas, novas experiências, novas alegrias. Eu quero aproveitar todas elas com único foco: sendo exatamente que eu sou. Eu sou do tipo de pessoa que pira, e viaja na maionese. Me perco pela linha de fundo mesmo, principalmente quando qualquer coisa me deixa insegura. Vou brigar muito com isso em 2012. Não dá pra ficar esquentando a cabeça, a gente tem que lidar com as situações proporcionadas pela vida sendo exatamente como a gente é. Respeitando os nossos sentimentos, os nossos valores, as nossas opiniões e deu. Não dá pra ficar se moldando, não dá pra ficar se preocupando em convencer alguém que a gente é alguma coisa que não é. Essa foi a minha maior lição de 2011.
Então entro 2012 ainda um pouco angustiada, mas positiva. Entro 2012 metida, desbocada, sorridente, risadinha, sabe tudo, esquentadinha mas cheia de coisas boas a dar pra quem ta perto de mim.
Espero que nesse ano eu consiga manter todo mundo que é importante pra mim por perto, de um jeito ou de outro. Seja matando paixões transformando em amizade, aceitando defeitos, aprendendo com quem ta perto. Não vou ter a petulância de desejar que tudo que eu almejo aconteça, porque não é assim que as coisas funcionam. Eu quero conseguir lidar com tudo que for surgindo, de maneira que eu fique bem, e quem ta na minha volta também. E por favor, que eu aprenda a chorar.