quarta-feira, 28 de março de 2012

xô zica!

Esse azar todo só vai parar quando eu declarar esse é o último dia de azar da minha vida. Estou declarando.
Deu de zica, urucubaca, ou como quer que chamem isso. É um tipo de meta, quase como tocar meu fur elise de maneira imponente. É um tipo de objetivo que transborda uma melhora na auto estima. Sem insegurança não se vai a lugar nenhum bebê, e eu estou declarando agora que a minha está em ascenção.

domingo, 25 de março de 2012

Eu não consigo parar de ouvir "Shadow of the day". É preocupante partindo do princicipo de que eu acho essa uma das músicas mais tristes de todos os tempos. Eu acho que ela transborda dor. O mais estranho disso é que eu não devia estar triste. Aliás, eu teoricamente não to, não sei que que se passa comigo. Foi a semana inteira. Tá tudo bem, tudo na paz, tudo calmo, até eu chegar em casa e me sentir sugada por um tipo estranho de tristeza. Uma daquelas melancolias confortáveis. Talvez eu já tenha um mecanismo que me traga pra esse estado de espírito sempre, como se fosse mais fácil ficar no fundo do poço porque é o fundo. Não, eu não tô no fundo do poço, nem sei se já passei perto de lá, mas acho que meu poço tem prateleiras no meio dele, e eu me firmo por lá. Subir pode causar uma queda até bem la embaixo, então eu fico no mais seguro. Sempre.

quinta-feira, 22 de março de 2012

num da oi?

Eu sempre questiono por que não me da oi? Não é como se alguém tivesse algum tipo de obrigação de me dar oi, mas eu costumo ter muita vontade de despejar beijos e abraços nas pessoas que eu aprecio perto, só não o faço porque acho que elas não podem gostar. Sou menos afeutuosa do que eu gostaria, ando mais fechada que o normal, mas ainda assim, gosto de receber sorrisos e ois.
De qualquer jeito, as coisas não vão muito bem, com essa, essas pessoas. Acho que rola algum tipo de desconfiança. Algo que me faz ter que tentar provar que eu sou legal de novo. Acho que eu ando meio cansada disso tudo. É claro que eu não sou a pessoa mais boazinha do mundo, sou cheia de defeitos. Tagarela pra caralho, eu falo demais. Um pouco seca, eu diria individualista. Atrapalhada, desengonçada. Preguiçosa, estressada. Posso passar o resto da noite enumerando meus zilhões de defeitos. De qualquer jeito eu vou tentando, e se as minhas tentativas não são suficientes, eu acho que eu vou desistir. Eu não quero pessoas que duvidem de mim o tempo todo, eu não quero ter que me esforçar pra ser legal. Quero que a minha presença faça bem e que eu possa agir só como eu, espontaneamente. Amizade não é feita de tempo, assim como não é construida do dia pra noite. Amizade é afinidade, parceria, é poder dividir. E isso pode levar muito, ou muito pouco tempo. Fico triste como se eu conhecesse há anos.

terça-feira, 20 de março de 2012

e a liberdade?

Toda terça feira eu vou a manicure. Às vezes, muito menos pensando nas unhas e muito mais pensando nas boas conversas que eu tenho por lá. São sempre experiências diferentes, com pessoas muito diferentes de mim. Hoje em especial, foi um dia bem atípico. Uma das meninas começou a me contar que tava ficando com um novo cara. Essa menina, como eu já sabia namora um outro rapaz há três anos. Quando questionei sobre ele, ela respondeu que não terminava com indivíduo por comodidade. Minhas entranhas foram reviradas.
Sabe, eu fujo como diabo foge da cruz de qualquer circunstâcia que de alguma maneira tire minha liberdade. Não consigo nem me imaginar tendo que esconder alguma coisa de alguém. Acho que liberdade é um daqueles bens mais preciosos que a gente tem e que só a gente pode sentir, e ela não pode ser tirada a gente nunca.
Um dia, um grande imbecil disse que relacionamento era sinônimo de aprisionamento e todo mundo acreditou. Que calúnia. Relacionamento devia ser soma, duas pessoas que desejam fazer bem uma a outra. Não diz no contrato que saidas com amigas, jogos de futebol aos domingos, e amigos do sexo oposto devem ser cortados. Não faz o menor sentido.
Parece que a gente vive num mundo de gente insegura. Quando se relacionam, morrem de medo da traição. Quando estão sozinhos, tem medo da solidão. Sabe que que acontece? Essas confusões todas.
Se um individuo é incapaz de conviver com os próprios sentimentos, quem dirá administrar os de outra pessoa. A gente não tem que precisar das pessoas, a gente tem que gostar delas.
Quanto a traição? Eu não sei o que se passa na cabeça dos outros, mas eu imagino, que quando uma pessoa se relaciona comigo, ela o faz porque gosta de mim. Poxa, eu não obrigo ninguém a estar comigo. Se não tá bom, e ela quer um novo relacionamento, é só me contar. E se o medo for me magoar, posso garantir que eu vou sobreviver. E posso inclusive reestabelecer uma relação de amizade.
Eu posso ser complicada, mas esses conceitos são muito certos dentro da minha cabeça. Se relacionar tem que trazer prazer e se não trouxer? Tá na hora de procurar outro parceiro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

when no one is looking

Pijaminha, deitadinha no sofá atacando o meu potão de sucrilhos ouvindo "pianinho" do Esteban. Essa sou eu. You are who you are when no one is looking. Acho que sim. Numa daquelas fases onde a gente se distancia um pouco do mundo, sobe as barreiras e se recolhe, a gente acaba só parando a interpretação e desabando dentro da gente quando não tem ninguém junto.
Curiosos todos os últimos comentários de diversas pessoas na semana que passou, falando sobre a minha frieza quando eu ando tão molenga. Eu ando meio fechada, mas de forte eu sempre paguei. Só agravei o traço com o passar do tempo. Metida a corajosa, a auto suficiente, a desencanada. É tudo proteção. Eu vivo bem na minha, é verdade. Mas essa coisa de solidão nunca me fez bem. Eu não gosto de deixar as pessoas tocarem nos meus sentimentos, eu mesma tenho horror deles. Eu gosto muito de ser movida pela razão, me mantem no controle. Então o meu casulo de tartaruguinha só quer deixar tudo guardadinho.
Acho que se eu não guardasse as coisas tão bem eu ia ser a típica emotiva. Tenho muitas vezes, mas muitas vezes mesmo, a impressão de que eu to sempre segurando o choro. Vinte e quantro horas. Não necessariamente choros tristes, mas choros felizes também. Como sábado, quando eu ouvi uma senhora tocando um piano e aquele engasgado surgiu na garganta. Queria eu proporcionar pra quem convive comigo um livre acesso a marina que chega em casa na segunda de noite louca por um colinho de mamãe. E que não tem nada de pedra de gelo. E que queria ter essa espontaneidade de fazer o que tá com vontade o tempo todo. Eu tenho muito mais sentimento do que as pessoas percebem, só tenho vergonha de transbordar. Então eu provavelmente goste delas muito mais do que elas imaginam.

segunda-feira, 12 de março de 2012

nada do que eu fui me veste agora

Andei conversando com uma pessoa que como eu também nutre muitos sentimentos curiosos. Esse em especial, transborda os dele mais do que eu transbordo os meus, acho que é tudo uma questão de temperamento. Foi uma conversa deliciosa e revigorante sobre a vida. Fiquei encantada.
Eu acho fantástico quando eu converso com uma pessoa que me diz com todas as letras que é apaixonada por outro alguém. Mais interessante ainda é quando essa pessoa me diz, sem se sentir chateada, que esse sentimento não é correspondido. E mais ainda, que segue nutrindo um carinho enorme pelo "não correspondedor dos sentimentos". Eu vivo um grande conflito baseado em uma situação um pouquinho parecida com essa. O que acontece no meu caso, é que todo o meu instinto diz pra morrer de ódio do meu "não correspondedor". Não sei se isso é um tipo de pensamento coletivo imposto por qualquer padrão, eu brigo com isso, nunca gostei de ser muito convencional mesmo.
Eu não falo de sentimentos, muito menos manifesto eles, não faz meu gênero. Eu escrevo, e não vejo nada de errado nisso. E digo da maneira mais honesta possível que eu sou apaixonada por um indívíduo, como eu talvez não tenha sido por nenhum outro no planeta. E claro que paixões são paixões, então né, cada uma tem seu jeitinho e sua importância na nossa vida, mas essa foi quem sabe, a mais enlouquecida. Foi, é, não sei direito. E bom, faz parte da vida ter que lidar com um desamor, e eu confesso que apesar de alguns dias isso ser uma coisa um pouquinho chateante, não me incomoda como eu percebo incomodar algumas outras pessoas também não correspondidas. Claro que é um saco, mas acho que até não ser correspondida faz parte da experiência ter vinte anos e essas coisas. Outra que é um fenômeno tão maravilhoso nutrir sentimentos bonitos por alguém, que matar isso com uma coisa feia como ódio ou raiva chega a ser um crime.
Talvez um dia eu consiga ser que nem o meu amigo que disse pra dona do coração dele que tudo que ele queria era ser especial na vida dela, ou talvez eu só siga sentindo tudo em silêncio. Na verdade, eu não ajo por essa história, nem vou agir nunca. Vai ficar num potinho guardadinha, sendo admirada. Sofrer por causa de alguém, ou do sentimento que se nutre por alguém, não faz esse alguém gostar de ti. Isso é uma daquelas coisas óbvias que tão debaixo do nosso nariz e a gente não enxerga. Então, eu, dentro das minhas possibilidades tendo ser agradável com o meu indivíduo especial, e ser pelo menos uma boa amiga. E se pra ser especial na vida dessa pessoa eu tiver que ser apenas uma sorridente amiga, eu escondo o potinho bem lá no fundo do meu guarda roupa e cumpro exatamente esse papel. O potinho vai ser esquecido e aí, o dia que eu encontrar ele em uma arrumação, ele vai ser só mais uma daquelas recordações carinhosas que faz a gente lembrar que até as paixões não devolvidas trazem lá a sua dose de felicidade.

sexta-feira, 9 de março de 2012

já diria coldplay

Quanto mais o tempo passa, mais o tempo passa. Acho que é que nem comer, quanto mais a gente come, mais a gente come. Ou dormir. E essas coisas. Quando eu vejo já é sexta de novo, e sábado e domingo, e segunda. E bom, vocês entenderam. Tem épocas que o tempo voa. Pra mim, ele anda voando. Parece que eu fico esperando acontecer alguma coisa, mas nada acontece, eu não sei direito. Na verdade eu ando bem na boa. Não tenho a menor ideia do que eu quero do futuro, ou do dia de amanhã, ou mesmo da próxima hora. Tenho só.. vivido. E eu não acho isso ruim, mas fico pensando se eu devia ter planos, ou metas, ou objetivos ou sei la. As pessoas dizem que é importante ter, mas sabe, eu não sei o que e quero da minha vida. Eu não sei o que me faz feliz. Já diria coldplay "when you get what you want but not what you need". Eu não sei do que eu preciso.
Isso me causa um certo desconforto às vezes. Às vezes parece que eu sou tudo ao mesmo tempo. E ser tudo parece não ser nada. Isso tá ficando confuso né?
Parece que tudo tá bom, mas acho bom não é o suficiente. Tinha que ser mais do que isso. Muito mais.
Eu não sei se eu sou voadora e romântica a ponto de pensar que a vida tinha que ser mais emocionante. Mais insana. Mais caótica. Mais arrepiante. Talvez a vida tenha que ser só a vida, mas eu prefiro achar que tem algo mais.
Acho que cada um tem que achar a sua maneira de viver. Mas eu ando com muita preguiça de procurar a minha.

quarta-feira, 7 de março de 2012

não tente as balas gelatinosas

Jamais tente as balas gelatinosas. Elas estão em todos os lugares, caixas de supermercados, prateleiras de botecos, cinema.. elas sempre vão te perseguir.
Dentro da tua cabeça, tudo era uma só mais uma coisa carinhosa que tu podia fazer por alguem. Quer dizer, uma coisa super carinhosa pra um super alguem porque eu não sou muito de presentes. E aí, tu queria chegar entregar e dizer: olha, lembrei de ti, considere um pedido de desculpas por toda a confusão, não gosto de ficar sem falar contigo. Abraços abraços, sorrisos sorrisos, tudo muito feliz. Mas fica complicado quando tu passa o tempo todo tentando que a pessoa te enxergue e ela nem te olha. Aí tu usa uma abordagem virtual já que foi a unica opção que sobrou e mesmo assim, o individuo sai correndo na tua frente. Tu enxerga na saída e pensa: se eu chegar em casa com isso na bolsa eu vou ser o ser mais idiota e cagão do mundo. Para, e já tá tão chateado com as antigas tentativas falhas que tudo o que consegue é entregar e dizer que aquela era a tua tentativa de trégua. E aí, só restou sair andando até o carro. Dez minutos depois chega um sms dizendo que podia ter rolado um abraço de reconciliação, mas por que não deu então?
Olha tudo o que eu tive que fazer pra chegar até aquele momento, é óbvio que eu quero o maldito abraço. Mas só podia chegar por sms dez minutos depois, porque aquilo não era tão importante pra lá quanto era pra cá.

sábado, 3 de março de 2012

Me peguei fazendo pela sexta vez um exercício atípico na minha vida. Parar pra sentir. Deitar na cama e sentir cada pedacinho das costas se alinhando no colchão, cada pedaço da mão se enconstando no travesseiro, meu brinco sem enganchando no meu cabelo, e achei lindo.
Tem umas épocas que a gente faz "merda atrás de merda", vai fazendo, tentando consertar, piorando e tudo que conseguiu foi uma série de acontecimentos catastróficos. Não, não me arrependendo de nenhuma das ações afobadas cometidas essa semana, acho que agir também faz parte do momento que eu me encontro. É quase um combinado que inclui cláusulas como "viver" e "botar em prática". Pra uma pessoa como eu, que fica sempre na promessa, isso é um grande passo.
De qualquer jeito, no meio disso tudo ter um momento de auto conhecimento como apenas se concentrando no que o corpo faz daquele exato momento tem um valor enorme.