terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

na aula de redação

Tudo começou na aula de redação, quando o professor perguntou quem gostava de escrever. Tive vontade de dizer, "eu, eu, eu adoro" mas, eu resolvi ficar quieta. Então ele perguntou se algum de nós matinha um blog, mantenho professor, há anos, e nos últimos tempos, me sinto a própria Martha Medeiros praticando algum tipo de auto ajuda. Na verdade, foi uma noite cheia de acontecimentos, todos os dias tem sido, ando jogando merda no ventilador mesmo, nem pareço eu. Quer dizer, talvez seja mais eu que nunca, ainda não descobri.
Eu ando meio perdida. Completamente perdida, quase pedindo colo e um caminho de volta, mas acho que ninguém consegue me levar de volta. Todos os dias, todos mesmo, eu chego em casa e sou tomada por uma culpa dos infernos. Como se tudo que eu tivesse feito durante o dia fosse errado e eu andasse praticando um atentado contra mim mesma. Eu tenho feito o certo eu acho, nunca pratiquei tanto o auto respeito. Mas isso não tem me satisfeito. Na verdade, eu ando tentando rir de tudo que tem incomodado, com i. Levar na palhaçada, como dentro da minha cabeçã pessoas de 20 anos levam a vida. Vivendo com um pouco mais de emoção, coisa que olha.. eu nunca me permiti fazer. E tudo que eu consigo são nós e nós. Eu tô sempre tentando fazer o certo. Ser ética, brigar quando eu acho que tão me atropelando, ser doce com quem aparenta ser legal comigo, mas parece que tudo que eu consigo é uma sequência de atentados contra mim mesma. Eu quero errado. Acho que eu chegaria em casa feliz abrançando meu atual pior "inimigo", mandando o cara que me admira mais tomar no olho do cú dele, ligando o foda-se pra tudo e aproveitando minhas aulinhas de redação. Ouvi ontem de noite que a vida é muito curta pra gente ter um plano "b" mas ultimamente, a minha vida anda tomada de "ds" e "es". Eu brigo pelo certo mas eu queria mesmo o mais errado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

na palma da mão

Tudo tem pelo menos dois lados. Dois? Três, quatro, cinco! Milhões. De um lado ela, apaixonada, cheia de expectativas, esperanças. Do outro ele, desapegado, desapaixonado, atrapalhado. Essa união nunca vai dar certo.
Que é difícil se relacionar, todo mundo sabe. Precisa de dedicação, atenção, vontade. Quando os dois não querem o mesmo? Não tem o que fazer.
A falha das pessoas é querer moldar o outro ao que elas querem, quando na verdade, é muito mais fácil ir atrás de alguém que queria exatamente a mesma coisa que elas.
A gente bem que queria que as nossas expectativas sempre fossem atendidas, mas a própria criação das expectativas na maioria das vezes já é um grande erro. Não é porque as pessoas não nos dão o que queremos, que elas não nos dão tudo o que podem nos dar. As vezes o que podem, é muito menos do que gostaríamos.
Sei como é não ter o que a gente quer, todo mundo sabe. É triste, mas passa.
Pessoas intensas demais tem mania de tratar as coisas como definitivas, já falei sobre isso por aqui. Nada é definitivo, nem aos 19, nem aos 27 e muito menos aos 85. O legal da vida é ter a capacidade de viver ela, de entender que as coisas podem ser fáceis ou difíceis e ta na nossa mão decidir.
Sempre vão existir infinitos caminhos, sempre. Um deles vai ser mais agradável, normalmente, ele é o mais escondido. Tem que olhar bem, tem que procurar bem.
Sabe? Antes de depositar expectativas nos outros, e no que eles podem vir a nos dar, que tal parar pra pensar no que nós podemos oferecer a nós mesmos? Pode ser surpreendente.
Essas não são palavras de um ser evoluído que não sofre por mais nada, são palavras de alguém que ta aprendendo que a vida só é um drama se a gente que quiser que seja.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sem você, o tempo é todo meu.

O título é uma citação do Chico Buarque e a frase que caiu como uma luva nas últimas semanas. Não foram semanas de grande reflexão, eu não tinha o que pensar, nem queria, nem quero ainda. Nem sei bem porque eu to escrevendo, acho que é uma tpm cretina que tá me trazendo esse instindo que, confesso, eu andava evitando. Não querendo trazer a tona tudo que eu ando sentindo, porque eu ando tentando não sentir, sabe? Não sentir é quase como não pensar, quase um exercício, mas eu tenho praticado. Eu tenho trabalhado, dormido, assistido filmes e tentado focar as conversas na vida dos outros.
Mas enfim, dentro dos espaços de tempo em que isso não foi possível eu me peguei pensando em mim. Finalmente em mim. Não no que eu sinto em relação a outra pessoa ou a outras pessoas, mas o que eu sinto por mim mesma e fiquei um pouco decepcionada quando percebi que não tava rolando "aquele feeling". Era só vazio, me perdi dentro de mim eu acho. Me perdi dentro dos meus próprios sentimentos e dentro da minha sede por outra pessoa. Quase me abandonei. Não, não precisamos exagerar mas poxa, me decepcionei.
A coisa deixou de ser só desconforto pela minha aparência que não andava me agradando, mas com as atitudes que eu andava tendo, pelos meus sentimentos por mim mesma.
Sabe, eu declaro pra todo mundo que ninguem gosta de alguém que não se gosta e ai, me peguei não me gostando.
Eu ainda não sei muito bem como reverter esse quadro, ainda que nas duas últimas semanas eu tenha me esforçado mais e tenha gostado um pouco dos resultados. Não dá pra mudar da água pro vinho sabe? Nem é assim que funciona. Ainda nem consegui ponderar direito exatamente o que me incomoda. Quer dizer, na verdade é simples, a minha falta de amor próprio. Eu tenho uma insegurança (com o perdão das palavras) filha da puta. Eu não consigo enxergar coisas boas em mim na maior parte do tempo e isso é muito chato. Sinto como se tudo que eu fizesse não fosse bom o suficiente e eu podesse fazer melhor. Parece que existe uma preguiça assombradora dentro do meu corpo de fazer a minha vida andar. Eu não sei direito, só sei que tá na hora de fazer alguma coisa né?
Eu sei la, vou tentar uma busca por coisas que me fazem feliz. Procurar livros que me tragam conforto, atividades que me proporcionem energia, coisas que me preencham e façam esse vazio que eu sinto há tanto tempo sumir.
É muito fácil culpar as outras pessoas pelas coisas ruins que a gente sente. E tudo bem, às vezes elas realmente poderiam tornar as coisas mais agradaveis. Mas se eu, que sou eu, não ando conseguindo me gostar, por que cargas d'agua alguem faria isso?
Tá na hora de fazer alguma coisa por mim e finalmente, eu consegui enxergar o que tava na minha frente. Eu fico encantada quando eu consigo enxergar aquilo que andava debaixo do meu nariz.